Sobre o enredo
A história gira em torno de um pequeno núcleo. Carraway é o narrador, um homem do oeste que se muda para o leste (para estudar, desenvolver uma nova carreira) e devido à casa onde mora conhece Gatsby. Gatsby é um homem rico e misterioso, que sempre promove festas em sua mansão (que fica ao lado da casa de Carraway). Ambos os homens estão conectados com um casal que também veio do oeste: Daisy e Tom, que por sua vez tem como amiga uma senhorita chamada Jordan.
Os primeiros capítulos servem para situar o leitor. Conhecemos o narrador Carraway que narra em 1º pessoa, com alguns comentários em diferentes pontos da linha do tempo. Gatsby é pintado como um homem rico, misterioso, que parece bastante disposto a conhecer o jovem Carraway. Daisy como a perfeita femme fatale. Jordan como mais uma moça da sociedade, um tanto moderna, um tanto independente. E Tom como o que imagino ser o homem comum daquela época, rico, infiel, racista e bonito.
O ponto principal da história é o relacionamento de Gatsby e Daisy. Ele tenta reconquistá-la, na verdade, reconquistá-la soa errado, vou ter que procurar uma palavra melhor. Ele sonha em apagar os anos que eles passaram separados graças ao dinheiro recém adquirido, de uma forma um tanto ingênua na minha opinião. Em um momento o grupo é confrontado com o relacionamento dos dois, Tom se usa desse momento para expor como Gatsby se tornou tão rico (contrabando? Alguma coisa ilegal certamente). A partir dai a trama se condensa e as tragédias vão se sucedendo até Gatsby estar morto, Tom e Daisy se mudando as pressas, Jordan noiva e Carraway lidando com detalhes do funeral
Sobre a obra
No geral, achei a leitura bastante agradável, a história é curta, tem pouca enrolação, senti que quase tudo que está escrito é essencial para a trama. Gosto muito do narrador em primeira pessoa, que conta a história, mas que também pausa a narrativa para te dar uma opinião do futuro ou desenvolver um certo pensamento. Um detalhe sobre a escrita de Fitzgerald que me agradou muito foi a forma de descrever personagens, eu tive uma ideia muita clara de Tom e de Jordan. Daisy nem tanto, por achar a personagem um tanto genérica, não existe muito dela para entender. Com Gatsby é um pouco diferente, porque durante muito tempo só vemos o que ele quer deixar transparecer, conseguimos montar uma imagem melhor dele na discussão que ele tem com Tom e Daisy e nas histórias contadas por Carraway. Por fim, o que mais me incomodou nele foi: o homem ficou rico conduzindo negócios ilegais e mesmo assim ele me parece um ser ingenuo (pelo menos em relação a Daisy).
Nas entrelinhas
Sobre os temas abordados no livro, não li muitas análises até agora, mas sei que por ser um clássico esse livro toca em diversos temas que passaram por mim discretamente.
Gatsby fez de sua missão de vida enriquecer para poder reconquistar ou ainda tomar Daisy para si, tudo que ele fazia tinha o único propósito de agradá-la. É duro dizer que não foi suficiente, ele terminou sem amigos e sem Daisy, que fugiu com o marido assim que as coisas ficaram difíceis. No fundo, talvez ela o amasse, mas ela também tinha aquela mentalidade privilegiada de pensar que o mundo era obrigado a lhe proporcionar um certo padrão. Um marido rico e com dinheiro limpo, um modo de sempre escapar de situações de aperto
Tom e Daisy se entendiam muito bem, eles sabiam navegar as situações com cumplicidade e isso foi crucial no decorrer da história
Sinto que esse também é um livro sobre aparências, em como se é percebido e em como Gatsby queria ser percebido. Ele se moldava para ser cada vez mais como Daisy queria.
Em sua morte Gatsby estava só, o homem dava festas memoráveis para centenas de pessoas e nenhuma delas se dignou a lamentar sua morte. Ele se tornou um mito, uma história trágica que as pessoas contam a novos amigos, digo isso para dizer que as pessoas são ruins? Não realmente, acho que ele nunca foi acessível.
Esse livro em uma frase
Fantasias e máscaras podem ser úteis, no entanto é preciso ter cuidado para a fantasia não embaçar a realidade.
Citações
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“I hope she’ll be a fool—that’s the best thing a girl can be in this world, a beautiful little fool.”
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“‘Her voice is full of money,’ he said suddenly.”